Camboja – Conhecendo os templos de Angkor
O nosso terceiro destino da região foi o Camboja. Ainda pouco conhecido da grande maioria dos brasileiros, o país tem uma história bem recente de sofrimento, guerras e pobreza extrema. Em 1975 o governo comunista Khmer Vermelho tomou o poder, evacuou as cidades e foi responsável por um verdadeiro genocídio no país, com mais de 2 milhões de mortes estimadas, cerca de 20% da população. O inferno teria durado ao menos até o ano de 1979, quando as forças armadas do Vietnam invadiram o país e derrubaram o governo, restabelecendo a república.
A partir de então o país começou a se reerguer, apesar da pobreza extrema que ainda enfrenta. O turismo tem sido um grande aliado neste processo. Isso porque o Camboja tem uma história medieval riquíssima, descoberta através de trabalhos arqueológicos na cidade antiga de Angkor.
A cidade de Siem Reap é a porta de entrada da região de Angkor, onde ficam as ruínas dos famosos templos do império Khmer (século VIII ao século XV), e por isso se tornou o maior destino turístico do país. A área de descobertas arqueológicas é gigante, com aproximadamente 400 km2, e os templos são impressionantes, alguns ainda quase totalmente preservados.
Pub Street |
Relaxando na piscina depois de um dia mega cansativo! |
Como só tínhamos dois dias na cidade, achamos que não iria compensar pagar a taxa de visitação de 3 dias, que custava $62,00 dólares. Por isso, resolvemos fazer um passeio bem intenso em um só dia, e descansar mais no dia seguinte, visitando apenas o centro da cidade. Por conta disso, escolhemos o transporte de carro, pela agilidade e conforto, já que o dia ia ser puxado. A taxa de visitação de um dia custou $37,00 dólares.
Deixamos para contratar nosso passeio ao chegar na cidade. Pesquisamos alguns preços e o mais em conta foi o indicado pelo nosso hotel. O carro para 4 pessoas, mais o guia que nos acompanhou o dia todo custaram no total 80 dólares. Há também a opção de fazer o mesmo passeio em um tuk tuk, que sai bem mais em conta, porém considere o calor e a poeira do caminho!
Mapa de Angkor. Em vermelho, o circuito curto, em amarelo, o longo. Fonte: Visit Angkor |
Um alerta muito importante pra quem vai fazer esse passeio é sobre o calor. A região atinge máximas de 35 graus facilmente, e a sensação térmica é ainda maior devido à alta umidade. Com isso, a vantagem de fazer o passeio de carro é ter alguns intervalos no ar condicionado!
Dress code: cobrir os joelhos e casaquinho pra cobrir os ombros quando necessário |
Banteay Kdei |
Banteay Kdei |
Banteay Kdei |
Na entrada dos templos, sempre há vendedores de produtos locais |
Após algum tempo, partimos para o Ta Prohm, um dos templos mais famosos, por sua aparição no filme Tomb Raider, de Angelina Jolie. Mas além disso, o local tem um charme bem especial, causado pela vegetação que foi invadindo as construções, criando uma verdadeira simbiose entre a natureza e o artificial. Pra mim, este foi o templo mais interessante!
Ta Prohn |
As árvores invadindo a construção |
O templo foi construído no Século XI, e algumas inscrições nas paredes mostram animais que se acredita estarem há muito extintos.
O local estava bem cheio, e foi um pouco difícil andar pelos caminhos estreitos e admirar todos os detalhes da construção. Talvez seja uma boa ideia chegar aqui mais cedo, para aproveitar melhor.
Seria isso um dinossauro? |
Lugar incrível! |
Após estes templos, fizemos uma pausa para almoço em um restaurante nas proximidades, indicado pelo guia (e com ar condicionado!) O ambiente era agradável, e comemos uns curries maravilhosos! Achei a comida no Camboja menos apimentada que na Tailândia, então se você como eu tem problemas com pimenta, aqui talvez seja o melhor lugar para arriscar provar o famoso curry asiático.
Após o descanso, partimos para os próximos templos. Nosso guia passou por alguns templos mais vazios, onde apenas descemos para fotos, sem demorar muito. Um deles foi o Ta Keo, formado por grandes colunas, mas que acredita-se nunca ter sido terminado. Outro, o Thommanon, um templo hindu, diferente da maioria dos demais, que eram budistas. Um fato interessante é que a região, quando sob influência de reis hinduístas, teve diversos templos budistas violados, e este é o motivo de encontrarmos tantas figuras de Buda destruídas, ou sem a cabeça.
Ta Keo |
Thommanon |
A nossa próxima parada foi o templo de Bayon, o principal da antiga capital do império khemer, Angkor Thom. O templo é famoso por possuir nada menos que 216 faces de Buda esculpidas entre suas paredes. Trata-se de uma das maiores construções de todo o complexo, com diversas salas, colunas e esculturas de pedra. Como era de se esperar, o local estava também super lotado, com muitas excursões, o que tornava difícil permanecer em algumas áreas.
Templo de Bayon |
Templo de Bayon |
Algumas das 216 faces de Buda |
A clássica foto face-a-face! |
Após um bom tempo por ali, partimos para a nossa última visita do dia, o templo mais famoso da região, o Angkor Wat. Pelo caminho passamos por outros templos menos conhecidos, que estavam mais vazios.
Khleangs |
Phimeanakas |
Phimeanakas |
Para finalizar nosso passeio, o Angkor Wat foi a cereja do bolo. Ele é o maior e mais bem preservado templo da região de Angkor. O templo é considerado a “maior construção religiosa do mundo”, e foi declarado patrimônio da humanidade pela UNESCO. Sua construção remonta ao Século XII.
Adornos na entrada do templo Angkor Wat |
Angkor Wat |
O templo fica localizado em uma área bem extensa, e o carro para um pouco distante. É preciso atravessar um pequeno lago através de uma ponte flutuante, passar pelos belos jardins e só então se chega ao prédio em si. A visita é longa, e algumas áreas ficam lotadas, mas não tanto como os templos menores. Fazer essa visita com um guia é muio bom, por toda a informação que ele irá te prestar.
Atravessando o lago |
Os longos corredores, cheios de detalhes |
Mais uma foto clássica! |
Angkor Wat |
Nossa ideia original era ficar no Angkor Wat até o pôr-do-sol, e subir ao topo do templo para assisti-lo. No entanto, confesso que já estávamos muito cansados, e a fila para subir no topo ainda prometia durar pelo menos uma hora, então desistimos. Infelizmente os locais muito turísticos tem dessas inconveniências, que temos que encarar!
Na volta ao carro passamos novamente pelo jardim, que estava lotado de macaquinhos! São fofos, mas cuidado com seus pertences, eles pegam mesmo!
Multidão assistindo o nascer do sol em Angkor Wat. Fonte: Phnompenhpost |
A NOITE EM SIEM REAP
Após um longo e cansativo dia de passeio pelos templos, você é do time que quer apenas relaxar na piscina, jantar e dormir? Ótimo! Mas se seu time é o da noite, Siem Reap irá te surpreender!
Juro que não esperava uma cidade tão movimentada e animada em um país tão pobre e sofrido como o Camboja. Ver todas aquelas luzes da Pub Street assim que chegamos, em contraste com toda a pobreza dos arredores, foi um choque pra gente… O centro de Siem Reap parece um oásis no meio de tanta miséria, com hotéis luxuosos, bares e restaurantes de primeira, música, luzes… Uma espécie de “Las Vegas” no meio de um país em que saneamento básico é luxo…
E mesmo com todo esse apelo turístico, os preços na cidade são muito bons pra quem vem de fora. Lembro que o chopp era vendido a módicos 50 centavos de dólar. Então claro, a juventude faz a festa! E se essa é uma das formas que nós turistas podemos “ajudar” a desenvolver a economia local, não vejo tanto problema nisso.
Pub Street |
Após um leve descanso do nosso longo dia por Angkor, partimos para a Pub Street para jantar. Apesar da grande concentração de restaurantes, bares e turistas, a região ainda tem suas limitações no atendimento. Escolha restaurantes recomendados para evitar problemas. Mesmo indo em um local super bem avaliado no Trip Advisor, vimos algumas baratinhas pelo chão… Levando em conta que por lá elas até são consideradas “iguarias”, a gente tenta relevar né? 😂
Algumas dicas na Pub Street:
– Temple Bar: para um chop com petiscos e música.
– Paper Tiger: restaurante de comida típica e ocidental.
– Angkor What?: Pub bem animado durante a noite.
Angkor What? |
A cidade também tem uma sede do Hard Rock Café, que fica um pouco mais afastada do burburinho da Pub Street.
Bom, esse foi o resumo dos nossos dois dias em Siem Reap. O Camboja definitivamente foi um dos países que mais nos surpreendeu, não só pelas construções e mordomias, mas principalmente pelo seu povo. Um povo tão sofrido, mas que nos trata tão bem, que conseguimos ver a pureza e bondade de coração. Saímos de lá com mais esperança na humanidade e vontade de ajudar ao próximo!
Nos próximos posts, nossa volta à Tailândia e suas belas surpresas!
Até a próxima!